Quem São os Brasileiros que Foram para a Guerra na Ucrânia?

Publicado por: FeedNews
14/05/2025 10:51:00
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Embora brasileiros, os combatentes identificados em guerra não representam o país. Suas decisões são individuais e não têm respaldo oficial./Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Embora brasileiros, os combatentes identificados em guerra não representam o país. Suas decisões são individuais e não têm respaldo oficial./Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Um retrato inédito sobre motivações, histórias e dilemas de quem trocou o Brasil pelo campo de batalha na Europa.

 

Eles partiram sem saudades, com mochilas leves, esperanças confusas e objetivos que vão de ideologia a promessas em moeda estrangeira. Quem são os brasileiros que foram lutar na guerra da Ucrânia — ao lado da Rússia ou da Ucrânia?

O número exato ainda é desconhecido. O que se sabe é que, em maio de 2025, um brasileiro foi listado entre os 81 prisioneiros estrangeiros capturados pelas forças ucranianas por atuarem como mercenários a serviço da Rússia. Do outro lado do front, também brasileiros integrando a Legião Internacional Ucraniana, grupo de voluntários estrangeiros criado para apoiar a defesa do país desde 2022.

 

Apesar da nacionalidade, nenhum deles representa oficialmente o Brasil. São indivíduos que decidiram, por vontade própria, entrar em uma guerra que não é do país — e frequentemente sem qualquer treinamento militar formal.

 

Perfil dos brasileiros combatentes

A TV Paulista apurou que perfis recorrentes entre os que vão à guerra:

  • Jovens desempregados buscando sentido ou renda;

  • Ex-seguranças e ex-militares em busca de adrenalina;

  • Pessoas envolvidas com ambientes extremistas, ideológicos ou religiosos;

  • Indivíduos que desejam "recomeçar" a vida longe do Brasil, muitas vezes com histórico de problemas pessoais ou criminais.

Esses brasileiros, ao contrário do que se imagina, não se alistam em consulados, nem passam por programas oficiais. Tudo acontece por meio de canais informais, como grupos de redes sociais, fóruns online e intermediação entre ex-combatentes e civis.

 

Motivação: entre o sonho e a ilusão

A maioria parte com promessas de pagamentos entre US$ 1.500 e US$ 3.000 por mês, além de alojamento e alimentação. Muitos nem chegam a receber o prometido. Outros enfrentam despreparo tático, escassez de equipamentos e, nos piores casos, são lançados em missões de alto risco sem suporte real.

É como ser jogado numa roleta russa literal”, disse um ex-combatente brasileiro que retornou ao país após três semanas no front, ferido e sem nenhum salário pago.

 

Eles voltam? E como voltam?

Poucos voltam. E os que retornam, raramente compartilham o que viveram. Estigmatizados, alguns enfrentam depressão, traumas psicológicos, dificuldades de reinserção social e silêncio familiar. Não protocolos do governo brasileiro para recebê-los ou acompanhá-los.

São soldados sem pátria, cujas histórias agora emergem nos bastidores do maior conflito armado em território europeu no século XXI.

 

Leia na sequência:
Soldados Sem Pátria: O Que Acontece com os Estrangeiros Capturados em Conflitos Internacionais?”
Entenda o destino jurídico, diplomático e psicológico de quem é preso longe de casa — e sem bandeira que o defenda.

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