Precaução Russa: Relutância em Utilizar Bombas Planadoras em Solo Próprio

Publicado por: FeedNews
25/08/2024 09:41 PM
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Divulgação/Redes Sociais/Captura de Tela
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Rússia Reluta em Usar Bombas Planadoras em Kursk por Medo de Atingir Próprias Tropas

 

As forças russas estão demonstrando cautela ao usar suas poderosas bombas planadoras em Kursk, temendo que possam acidentalmente atingir suas próprias posições. Embora essas armas, altamente devastadoras, estejam em plena operação contra as forças ucranianas, a proximidade com suas tropas em território russo tem limitado seu uso.

 

De acordo com especialistas em estratégia militar, confórme o citado Business Insider, a Rússia não está conseguindo utilizar plenamente o potencial dessas bombas, uma das suas armas mais eficazes, contra o avanço das forças ucranianas em seu território. Equipadas com sistemas de orientação de longo alcance, essas bombas são lançadas de jatos a grandes distâncias e são difíceis de interceptar. A mais recente versão pesa 1.600 quilos, aumentando ainda mais seu poder destrutivo.

 

Apesar da eficácia demonstrada em solo ucraniano, onde têm sido usadas em larga escala, as bombas planadoras estão sendo empregadas de maneira muito mais limitada em Kursk, região que foi invadida por forças ucranianas no início do mês.

 

Mark Cancian, coronel reformado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e conselheiro do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, explica que essa hesitação reflete um “sistema de controle aéreo fraco” por parte da Rússia. Segundo ele, enquanto os Estados Unidos e a OTAN operam com mecanismos altamente sofisticados de controle, garantindo a segurança de suas tropas e evitando danos colaterais, os russos carecem desse nível de coordenação.

 

“A Rússia não tem a mesma eficiência no controle aéreo que os Estados Unidos, o que torna arriscado usar essas bombas em áreas onde suas tropas estão próximas”, afirmou Cancian. Ele também observa que, na Ucrânia, onde as linhas de frente são mais estáticas, a Rússia consegue compensar essas deficiências, minimizando o risco de atingir suas próprias forças.

 

Essa prudência reflete a dificuldade da Rússia em coordenar operações aéreas em apoio às tropas terrestres. Só na semana passada, de acordo com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, a Rússia lançou 750 bombas planadoras em cidades e vilarejos ucranianos, causando destruição maciça.

 

George Barros, especialista militar russo do Instituto para o Estudo da Guerra, observa que essas bombas têm a capacidade de obliterar bairros inteiros em questão de dias, sublinhando sua letalidade. No entanto, Rajan Menon, pesquisador sênior do Instituto Saltzman de Estudos da Guerra e da Paz da Universidade de Columbia, aponta que a relutância da Rússia em usar essas bombas em Kursk deve-se ao medo de causar baixas civis e às implicações políticas de ataques dentro do próprio território.

 

“Os russos estão cautelosos em lançar essas armas devastadoras em sua própria terra, temendo as repercussões políticas e as possíveis mortes de civis”, explica Menon.

 

Essa situação evidencia a tensão entre o uso eficaz das bombas planadoras e os riscos de atingir civis e tropas russas, um dilema que está limitando a atuação da Rússia em Kursk.

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